Modulação Dopaminérgica e Glutammatérgica da Memória Operacional Espacial no Córtex Pré-frontal Medial de Ratos.

Nome: SAAVEDRA JOSE RIOS VALENTIN JUNIOR
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 27/06/2008
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
ESTER MIYUKI NAKAMURA PALACIOS Orientador

Resumo: O cortex pré-frontal (CPF) é considerado o sítio anatômico da memória operacional (MO), sendo sua região medial (CPFm) parte importante nesse processo. A via dopaminérgica mesocortical modula esta função cortical, pois sua alteração funcional interfere no desempenho de animais em testes cognitivos que avaliam esse tipo de memória. Esta ação parece se relacionar com uma interação da dopamina com o sistema glutamatérgico local. Este estudo investigou o efeito agudo de diferentes combinações intracorticais de agonistas e antagonistas dopaminérgicos com um antagonista não-competitivo de receptores NMDA (MK-801), em ratos testados no labirinto radial de 8 braços, com retardos de 1 h. Ratos Wistar machos, previamente treinados no labirinto radial, tiveram cânulas implantadas bilateralmente no CPFm (B: + 2,5mm AP; +/- 1 mm L; - 2,7 mm V). Eles receberam administrações intracorticais de um agonista D1 seletivo, o SKF38393 [SKF: 0 (SAL); 0,56; 1,8; 5,6 ?g] ou um antagonista D2/D4, a Clozapina [CZP: 0 (HCl 0,05N); 0,32; 1,0; 3,2 ?g], 10 min. antes da infusão de MK-801 [MK: 0 (sal); 0,32; 1,0 ou 3,2µg]. Passados 5 min da segunda administração, os animais foram testados no labirinto radial, com retardos de 1 h. Também foram investigados os efeitos da prévia administração de um antagonista D1 seletivo, o SCH23390 [SCH: 0 (SAL) ou 1,0 ?g] sobre os efeitos do SKF [0 (sal); 0,56 ou 1,8 µg]. O SKF, agonista D1 seletivo, produziu aumento do número de erros estatisticamente significantes (P < 0,01) nas menores doses empregadas (0,56 e 1,8 ?g), no desempenho do pós-retardo. Os erros associados à repetição de braços visitados no pré-retardo foram mais numerosos (P <0,01), sugerindo que a ativação aguda de D1, no CPFm, prejudica a MO de longa duração. O uso prévio de SCH na dose de 1,0 µg reverteu o prejuízo das doses de 0,56 e 1,8 µg de SKF (P < 0,01), reforçando que os prejuízos observados com o SKF se devem a sua ação com agonista especificamente em receptores D1. O MK prejudicou o desempenho dos animais somente na dose de 1,0 µg (P < 0,05). Novamente, Os erros associados à repetição de braços visitados no pré-retardo foram mais numerosos (P <0,01), sugerindo que o bloqueio de receptores NMDA prejudica a MO de longa duração em um padrão em U invertido. O uso de MK nas doses de 0,32 (P < 0,05) e 1,0 µg (P < 0,01) reverteu o prejuízo da dose de 0,56 µg de SKF. Porém, somente a dose de 1,0 µg de MK conseguiu reverter os prejuízos do SKF na dose de 1,8 µg. Além disso, a combinação de SKF 5,6 µg seguido de MK 1,0 µg prejudicaram o desempenho dos animais em relação ao controle. Estes dados sugerem que os efeitos de prejuízos na MO de longa duração promovidos pela estimulação D1 se relaciona com o aumento funcional dos receptores NMDA. O antipsicótico atípico, a CZP, que atua principalmente em receptores D2 e D4, não produziu alterações no desempenho dos animais. Por outro lado, sua interação na dose de 1,0 com 3,2 µg de MK prejudicou a MO dos animais (P < 0,05). Mais uma vez, Os erros associados à repetição de braços visitados no pré-retardo foram mais numerosos (P <0,01). Estes dados sugerem que a inibição concomitante dos receptores da família D2 e NMDA no CPFm pode prejudicar a MO de longa duração. Estes resultados sugerem que o sistema dopaminérgico mesocortical modula a MO espacial de longa duração, especialmente através de receptores D1 presentes no CPFm de ratos. Este efeito está diretamente relacionado com a modulação de receptores NMDA que possivelmente também sofre modulação de D2/D4 nesta mesma área cortical.

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