Efeitos da exposição crônica ao cloreto de mercúrio (HgCl2)
sobre a reatividade vascular e propriedades mecânicas e
estruturais de artérias de resistência de ratos

Nome: GIULIA ALESSANDRA WIGGERS PECANHA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 12/12/2008
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
DALTON VALENTIM VASSALLO Orientador

Resumo: O mercúrio produz efeitos tóxicos no sistema nervoso central e rins, mas seus efeitos cardiovasculares ainda são pouco estudados. O estresse oxidativo tem sido um dos principais mecanismos de toxidade propostos. Este estudo analisa os efeitos da exposição crônica ao cloreto de mercúrio (HgCl2) sobre a reatividade vascular e as propriedades mecânicas e estruturais de artérias de resistência. Foram utilizadas artérias mesentéricas (MRA) e basilares de resistência de ratos
Wistar de 3 meses de idade que foram diariamente tratados com injeções de HgCl2 (1ª dose - 1.3 ?g, doses subseqüentes 0.02 ?g, i.m) ou veículo por 30 dias. Níveis plasmáticos de mercúrio foram
determinados por espectrometria de absorção atômica e pressão arterial sistólica (PAS) por pletismografia caudal. A reatividade vascular foi estudada em preparação de vasos de resistência isolados para ambas as artérias estudadas e a estrutura vascular em miógrafo de pressão para MRA. A expressão protéica foi realizada por Western Blot e a gênica por PCR em tempo real. Níveis de ânion superóxido foram determinados pela fluorescência por dihidroitídeo detectada em microscopia confocal, medida dos níveis de malondialdehido (MDA) pela reação de ácido tiobarbitúrico e o estado antioxidante total (TAS) com um kit comercial. O nível plasmático de mercúrio após 30 dias de
tratamento foi de 29.2 ± 2.15 nM. A PAS não foi afetada pelo tratamento, entretanto houve aumento da resposta contrátil à fenilefrina e serotonina (5-HT) em MRA e basilar, respectivamente. A vasodilatação induzida por acetilcolina (ACh) foi prejudicada e não houve alteração ao relaxamento independente do endotélio promovido pelo DEA-NO. A remoção do endotélio e a incubação com inibidor da NO sintase (L-NAME) aumentaram a resposta à fenilefrina somente em ratos controle. A co-incubação com LNAME associado à superóxido dismutase (SOD) no grupo tratado com HgCl2 foi capaz de restaurar o
efeito do L-NAME sobre a resposta contrátil à fenilefrina e a SOD reverteu o efeito do HgCl2 em artérias basilares. Incubação com SOD, catalase e apocinina restaurou o prejuízo da vasodilatação promovida pelo mercúrio. A incubação com TEA, um bloqueador dos canais para potássio ativados por cálcio, aumentou a sensibilidade da resposta à fenilefrina em ratos controle, mas não modificou a resposta nos ratos HgCl2. A incubação com indometacina e tranilcipromina não alterou de forma significativa a sensibilidade ou a resposta máxima à fenilefrina. A produção de ânion superóxido, expressão de eNOS, MDA plasmático e TAS aumentaram em ratos tratados com HgCl2. No entanto,
a expressão protéica das isoformas da SOD e a expressão gênica da NOX-1 e COX-2 permaneceram inalteradas. O tratamento com HgCl2 reduziu a espessura das artérias e aumentou o seu diâmetro
interno. Em conclusão, os resultados sugerem que a administração crônica de baixas concentrações de HgCl2 aumenta a reatividade vascular à fenilefrina, promove disfunção endotelial e altera a
estrutura de MRA. Este prejuízo na função vascular parece ser mediado pela redução da biodisponibilidade do NO resultado do aumento da produção de ânion superóxido derivado da NADPH oxidase.

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