A PRIVAÇÃO ANDROGÊNICA DE LONGO PRAZO MODULA A REATIVIDADE VASCULAR DEPENDENTE DA CO-REGULAÇÃO ENDOTELIAL DE ALDOSTERONA E ANGIOTENSINA II

Nome: ANNA KAROLINA NASCIMENTO COSTA
Tipo: Dissertação de mestrado acadêmico
Data de publicação: 31/08/2022
Orientador:

Nomeordem decrescente Papel
EDUARDO HERTEL RIBEIRO Orientador
IVANITA STEFANON Orientador

Banca:

Nomeordem decrescente Papel
ANA PAULA COUTO DAVEL Examinador Externo
IVANITA STEFANON Orientador
NAZARE SOUZA BISSOLI Examinador Interno

Resumo: A testosterona é um hormônio vasoativo, que age por mecanismos genômicos e não genômicos. Agudamente, pode apresentar ações vasodilatadoras dependente do endotelio. Entretanto, ainda não está clara, a modulação, em longo prazo, da testosterona, sobre a regulação do tônus vascular. A hipótese desse estudo é de que, a testosterona participa, em longo prazo, da regulação da reatividade vascular, por uma via dependente do sistema renina angiotensina aldosterona.
Ratos machos Wistar (N=128), com 12 semanas de idade foram divididos em Controle (SHAM) e cirurgia de orquidectomia (OQT), tratados durante 3 meses com losartan, bloqueador de receptor para angiotensina II (SHAM+LOS e OQT+LOS, 15 mg/kg, s.c); espironolactona (SHAM+SPI e OQT+SPI, 80 mg/kg, gavagem), antagonista de receptor para mineralocorticoide e Apocinina, antioxidante inibidor da NADPH oxidase (SHAM+APO e OQT+APO, 30 mg/kg, água de beber), A reatividade vascular foi avaliada em anéis isolados de aorta torácica, como o percentual de resposta ao KCl (75 mM), nutridos com solução de Krebs modificado, pH 7,4, 36,5oC. A reatividade vascular foi avaliada in vitro como curvas concentração-resposta à fenilefrina (10-11 a 10-3 M) na presença e ausência de: L-NAME, 100 &#956;M; indometacina (INDO, 10 &#956;M), e anéis sem endotélio (E-). A peroxidação lipídica plasmática foi mensurada usando a técnica de TBARS. (CEUA-UFES 017/2020). Os resultados foram expressos como média ± EPM e comparados usando teste t de student, análise de variância (ANOVA), uma via. Os grupos OQT, não tratados e os tratados com APO e LOS, apresentaram menor ganho de peso corporal ao final dos 3 meses (SHAM 231 ± 11g; OQT= 158,4 ± 13,0g*; OQT+APO 208,3 ± 15,4g; OQT+LOS 156,0 ± 23,0g *p<0,05). A Rmax a fenilefrina foi igual entre os grupos SHAM e OQT. Os tratamentos durante 3 meses com LOS e APO não modificaram Rmax a fenilefrina. Entretanto, o tratamento com LOS reduziu a pD2 do grupo OQT (log EC50: OQT= -6,240 ± 0,15 vs OQT+LOS= -7,218 ± 0,23 *p<0.01). A inibição dos receptores de MR, com espironolactona, determinou uma menor contração máxima à fenilefrina no grupo OQT do que no SHAM, sugerindo então que esta via poderia ser dependente da testosterona. (SHAM+SPI =120,4 ± 7,56 % n=10 vs OQT+SPI= 93,3 ± 10,2 % n=10; *p<0,05). A reatividade à fenilefrina aumentou, na presença de L-NAME, e na ausência de E, de maneira semelhante entre os grupos. A inibição da via da COX, com indometacina, determinou redução da Rmax em ambos os grupos (Rmax SHAM= 118,3 ± 8,04 vs SHAM+INDO = 56,27 ± 6,61, p <0,01 e OQT= 119,8 ± 8,41 vs OQT+INDO= 72,64 ± 9,34, p<0,01). Não houve diferença de reatividade entre os grupos incubados com indometacina (SHAM+INDO e OQT+INDO). Houve redução de RMax, na presença de indometacina, apenas no grupo OQT+SPI. Este resultado sugere a participação da aldosterona na via de ativação da COX, possivelmente de um vasoconstrictor, já que no grupo SHAM+SPI, a indometacina reduziu a contração máxima (Rmax: SHAM+SPI = 120,4 ± 7,56; OQT+SPI= 93,28 ± 10,18; SHAM+SPI+INDO = 89,99 ± 8,45; OQT+SPI+INDO = 74,15 ± 7,92, * p <0,05). A produção de NO endotelial parece ter sido modificada no grupo tratado com losartan, sobretudo no grupo OQT+LOS-LN, sugerindo a importância da via da testosterona na produção de NO mediada pelos receptores de angiotensina II. Estes dados sugerem que a testosterona participa da produção de NO mediada pela angio II, pois quando retiramos a produção de NO, através do LN, no grupo castrado há uma redução da Rmáx em relação ao seu controle, sugerindo a importância da testosterona na resposta contrátil mediada pelo receptor de angiotensina AT1 (Rmáx: SHAM+LOS = 127,5 ± 5,63; OQT+LOS = 135,6 ± 4,74; SHAM+LOS LN = 183,4 ± 10,50; OQT+LOS LN = 151,8 ± 8,311; * p<0,05). Os efeitos do tratamento com inibidor da angiotensina II, losartan, em anéis sem endotélio, mostraram que a lesão do endotélio provocou o aumento da resposta à fenilefrina no grupo SHAM. Entretanto, não houve diferença entre os grupos OQT+LOS E- e OQT+LOS CT, sugerindo uma modulação positiva vasoconstrictora que depende da presença de angiotensina II. A castração modificou a resposta dependente do endotélio durante o tratamento com losartam (Rmáx: SHAM+LOS = 127,5 ± 5,63; OQT+LOS = 135,6 ± 4,74; SHAM+LOS E- = 217,3 ± 26,77; OQT+LOS E- = 145,3 ± 7,90. * p<0,05). O conjunto desses resultados sugerem a participação da testosterona e aldosterona, na modulação de longo prazo, da contração vascular, induzida pela fenilefrina.

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