EFEITOS DA METFORMINA E DE ÁCIDOS GRAXOS ÔMEGA-3
SOBRE PARÂMETROS AUTONÔMICOS E VASCULARES
EM RATOS HIPERTENSOS

Nome: PHABLO WENDELL COSTALONGA OLIVEIRA
Tipo: Tese de doutorado
Data de publicação: 18/05/2018
Orientador:

Nome Papelordem decrescente
ROGER LYRIO DOS SANTOS Co-orientador
NAZARE SOUZA BISSOLI Orientador

Banca:

Nome Papelordem decrescente
ROGER LYRIO DOS SANTOS Coorientador
TADEU UGGERE DE ANDRADE Examinador Externo
MARCELO PERIM BALDO Examinador Externo
SONIA ALVES GOUVEA Examinador Interno
SUELY GOMES DE FIGUEIREDO Examinador Interno

Páginas

Resumo: Introdução: Foram demostrados efeitos benéficos da metformina e dos ácidos graxos poli-insaturados de cadeia muito longa (VLC-PUFA; ≥ C20) da classe ômega-3 no sistema cardiovascular em humanos e modelos animais. Entretanto, seus efeitos são pouco conhecidos em relação à disfunção vascular e prejuízo autonômico relacionados à hipertensão arterial. Objetivos: Nosso objetivo foi avaliar os efeitos crônicos da metformina e dos VLCPUFA ômega-3 sobre a disfunção vascular e o prejuízo autonômico cardíaco relacionados à hipertensão arterial em ratos espontaneamente hipertensos (SHR). Métodos: Foram utilizados ratos Wistar e SHR, machos, com 12 semanas de idade, sendo divididos em 4 grupos de acordo com o tratamento: WN (Wistar Normotenso);
SC (SHR com tratamento Controle [veículo/água]); SM (SHR tratado com Metformina 300 mg/kg/dia) e SO (SHR tratado com Ômega-3: Óleo de peixe concentrado em ômega-3 300 mg/kg/dia [33 % EPA, 22 % DHA), tratados por gavagem por 30 dias. Após o implante de cateteres na artéria e veia femoral, a sensibilidade do barorreflexo induzido foi testada em resposta a drogas vasoativas, fenilefrina e nitroprussiato de sódio, e o controle autonômico cardíaco foi avaliado por meio de bloqueios farmacológicos, atropina para teste da atividade
parassimpática e atenolol para teste da atividade simpática. O barorreflexo espontâneo também foi avaliado em condição basal. Respostas vasoconstritoras à noradrenalina foram avaliadas no leito vascular mesentérico em um sistema ex vivo, na presença e ausência de inibidores farmacológicos: LNAME e indometacina. Os níveis plasmáticos da citocina inflamatória TNFα foram avaliados por ELISA.
Proteínas cardíacas oxidante e antioxidante foram avaliadas por análises de Western blot. Resultados: Nenhum dos tratamentos foi capaz de reduzir a pressão arterial nos animais hipertensos. A frequência cardíaca foi reduzida no SM, enquanto que a média do grupo SO foi numericamente menor que a do SC, mas sem diferença estatística. O controle cardíaco parassimpático foi menor no grupo SC, enquanto que
as médias dos grupos SM e SO foram numericamente maiores que a do SC, mas sem diferença estatística. O controle simpático foi maior no grupo SC e a metformina, mas não os ômega-3, foi capaz de o reduzir, igualando aos valores do grupo WN. A função barorreflexa foi menor no SC em todas as análises e a metformina promoveu uma melhora parcial. Por outro lado, os ômega-3 promoveram melhora do barorreflexo apenas quando induzido pelo nitroprussiato de sódio. A reatividade vascular mesentérica à noradrenalina foi maior no SC em relação ao WN
e ambos os tratamentos promoveram uma atenuação dessa resposta. Essa diferença entre os grupos se mostrou estar relacionada a via dos prostanoides, uma vez que o LNAME aumentou a resposta em todos os grupos de forma similar e a indometacina reduziu em muito a resposta nos animais hipertensos, aproximando os valores dos grupos tratados (SO e SM) ao do não tratado (SC). Ambos os tratamentos reduziram o TNFα e a metformina reduziu os níveis de NOX2 que estavam aumentados no SC. Conclusões: A metformina e os VLC-PUFA ômega-3 têm potencial de melhorar parâmetros autonômicos e vasculares que se encontram prejudicados na hipertensão, mesmo sem promover redução da pressão arterial, o que parece estar relacionado a efeitos sobre a inflamação e estresse oxidativo. Esses achados abrem novas perspectivas para o futuro do uso da metformina e dos ômega-3 na
hipertensão arterial.

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